segunda-feira, julho 24, 2006

O que é necessário para ser ídolo

Márcio disse abaixo que futebol é coisa de criança (http://nacal.blogspot.com/2006/07/coisa-de-criana.html#links). Os critérios de escolha dos ídolos de um menino nem sempre é racional segundo a lógica adulta. Gerlamente, o ídolo é o artilheiro, o camisa 10 ou o jogador da seleção. Às vezes, o grande ídolo da criança é o camisa 5, que é primo de um amigo que mora no edifício ao lado. Isso explica porque Jacenir, Marquinhos Capixaba, Itaberá, Denis e outros menos famosos tiveram seus fãs.

Nelsinho foi lateral-esquerdo do São Paulo por mais de uma década. Cumpria satisfatoriamente suas funções em campo, mas não era sequer sombra de um craque. Mesmo assim, foi convocado para a Seleção por Carlos Alberto Silva em 1987. Quando eu tinha 8 anos, em um jogo contra o Santos pelo Paulista de 1985, eu estava perdido entre dezenas de mascotes que se preparavam para dar suas cambalhotas no gramado. Nelsinho me escolheu e me levou a campo. Isto foi o suficiente para ele entrar na minha galeria pessoal de ídolos e lá permanecer até hoje.

Em 1992, Nelsinho jogou pela última vez com a camisa tricolor. Recebeu passe livre após desentendimento com a Diretoria após ser expulso em um jogo contra o Goiás pelo Campeonato Brasileiro semanas antes da conquista da Libertadores. Seus companheiros o homenageram, deixando de comemorar o gol da vitória sobre o Nacional de Montevideo. Logo depois, Nelsinho foi jogar no Corinthians, algo imperdoável para um ídolo, mas é um fato do passado. Aquele jogo contra o Santos ainda faz parte do presente.

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