quinta-feira, junho 12, 2008

corinthians e sport

depois do grande fracasso de dois mil e sete e da derrota pro noroeste aqui em bauru num jogo em que se tivesse vencido avançaria entre os quatro finalistas do campeonato paulista, o corinthians chegou embalado à finalíssima da copa do brasil. o adversário, o sport recife, assustava pelas proezas recentes: batera antes na mesma competição o campeão paulista [palmeiras], o gaúcho [internacional] e o tradicional vasco da gama, aplicando neste acachapante resultado que culminou na aposentadoria de edmundo, um dos craques da história do clube, após perder um pênalti decisivo.

mas o corinthians vinha embalado por vitórias na série b e especialmente por uma heróica recuperação diante do botafogo com direito a defesa de pênalti decisivo pelo goleiro felipe, um dos poucos que salvaram-se da vergonhosa campanha do rebaixamento e que figurava sob os holofotes da decisão como candidato a ídolo.

então os bastidores tiraram romerito da parada. o principal jogador do sport tinha sido fundamental nas vitórias anteriores e submetido humilhantemente o palmeiras marcando-lhes três gols na goleada da ilha do retiro, onde o clube carregava a fama de “difícil de vencer”. e aí tudo pareceu fácil para os corinthianos.

veio a metade paulistana da peleja e rapidinho a fiel, empolgadíssima, comemorava os três a zero, tentos de herrera [novo ídolo, o argentino grosso trombava, cabeceava e fazia a alegria da torcida nas últimas rodadas], chicão e acosta [que começava a descolar os gols depois da supersticiosa troca da camisa dez pela vinte e cinco]. parecia fácil demais para os corinthianos. tão fácil quanto fora bater o brasiliense alguns anos antes, na final da mesma competição, quando liderado por ricardinho recuperara a humilhante derrota para o grêmio [que aliás dividiu um dos grupos mais vencedores da gloriosa história corinthiana].

eufóricos, comemorávamos o virtual título mesmo após o gol de enílton aos quarenta e tantos que valia naquela regra do gol fora de casa.

nem a vitória dos reservas do sport sobre o palmeiras com valdívia e tudo no fim de semana assustava tanto, já que o corinthians goleou na série b e confirmou a boa fase.

por isso e ainda por herrera quase ter alcançado um cruzamento e feito todo mundo acreditar que o corinthians iria pra cima mesmo com a vantagem e lá na ilha foi difícil acreditar nos rápidos dois a zero pro sport. foi muito difícil acreditar na falha de felipe engolindo um chute medonho no segundo gol.

o treinador, mano menezes, era mano como todo mundo na fiel. levantara o grêmio da segunda divisão pra final da libertadores contra o boca do riquelme [que surpreendentemente no dia da vitória corinthiana no morumbi perdia para um fluminense muito sem graça a vaga na final]. assumira alguns meses antes com compromisso de longo prazo. o centenário estava próximo e o corinthians ainda não tinha a sua libertadores. mexeu no time no intervalo. saiu da formação mais conservadora e lançou lulinha e acosta pra junto de dentinho e herrera montarem a linha de frente.

diferente dos estrangeiros, que viviam um de seus melhores momentos no clube, lulinha e dentinho vinham sendo questionados. este já não marcava gols com a freqüência de seu impressionante início, quando lembrava pelo estilo outro habilidoso avante lançado na garotada corinthiana, gil, que depois de desdenhado por kia e a msi [que renderam um ano de tevez, um título brasileiro problemático e um monte de problemas] desapareceu por aí. lulinha já não era nem titular depois da chegada de uns meias mais experientes e tinha naquela decisão a grande chance de se afirmar, especialmente depois da ladainha por causa do começo de carreira sem gols do promissor garoto aos dezessete anos.

mesmo mais ofensivo o corinthians era pouco eficiente. wellington saci [quem?] entrou pra pisar em alguém e ser expulso antes de pegar na bola e deixar a equipe em desvantagem ainda maior. os dois a zero davam o título ao sport e agora o corinthians tinha apenas dez homens em campo.

tentavam correr, mas o sport era melhor. carlinhos bala e luciano henrique, os autores dos tentos, jogavam mais que toda a esquadra corinthiana, que se desesperava com a arbitragem, que punia com muito mais rigor ao alvinegro paulista.

quando já parecia batido, teve a grande chance da partida nos pés de acosta. o uruguaio parecia predestinado. o gol do título seria marcado com a camisa vinte e cinco. viu o goleiro saindo sobre si. vários zagueiros ao redor, poderia num tapa encobrir o arqueiro, botar a bola no canto esquerdo e fazer vibrar a segunda maior torcida do país depois de todas as recentes e enormes frustrações.

mas tentou um drible infeliz e ficou no pé do goleiro, gerando comentários de pênalti e um grande alívio para a multidão de recifenses na ilha do retiro.

o final de um jogo tenso, que teve ainda a expulsão do capitão corinthiano william por agressão, premiou o sport recife com o título mais importante ganho em campo de sua história até então [excluindo-se aquele lendário brasileiro de oitenta e sete que cada um tem o seu campeão], adiou os sonhos de recuperação corinthianos e doeu demais.

5 comentários:

Sidarta Martins disse...

Não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, não chora, NÃO CHORA NÃO...

confionomengao disse...

O Comodismo levou o Coringão ao fracasso. O Sport estava inferior na partida, até que Carlinho raçudo bala fez 1x0 daí pra frente só Sport. Depois disso, o Corinthians teve 3 chances claras e não fez sabe por quê? Por que a noite era do Sport mesmo.

www.ConfionoMengao.blogspot.com

Anônimo disse...

Em 30 anos acompanhando futebol,
nunca vi um grande de Sp perder um titulo de forma tão patética.
Sou palmeirense mas reconheço que em 78 o Guarani de Zenon e Careca era muito superior ao time do Palmeiras, assim como a Inter de Limeira em 86 com Tato, Gilberto Costa e Kita era mais time que o Palmeiras.
Agora ser vice de um time em que o jogador que o carregava nas costas (Romerito) não pode participar da final, e tem uma dupla de Ataque
formado por Irrilton( que foi escorchado do parque antartica pela mancha) e Luciano Henrique é
brincadeira.Acho que o complexo de vira-latas que assola o corinthians na libertadores resolveu dar as caras em recife.

Anônimo disse...

O texto está bacana e pertinente, o que mata é ler tudo no minúsculo, dá próxima corrige esse lapso parceiro. []'s.

Anônimo disse...

Eu não me canso de rir de ti curintcha!