quinta-feira, agosto 28, 2008

O Petróleo do Pré-Sal tende a ser igual ao Futebol brasileiro

Do ponto de vista econômico, é melhor ganhar mais do que menos pelo mesmo trabalho ou pelo mesmo investimento.

Essa premissa é bem óbvia num primeiro momento.

Mas só é possível escolher a opção mais rentável quem tiver condições de realizá-la ou, ao menos, compreendê-la.

Um bom exemplo dessa situação é a escolha entre um CDB e um Título do Tesouro Direto. O Blog do Beto comenta um pouco sobre o menor risco e melhor retorno do Tesouro Direto e sua pouca procura.

Esse mesmo raciocínio também pode ser aplicado aos Governos do Brasil e do nosso Futebol. Muitos de nossos comandantes do Futebol e da Política brasileira têm seus sucessos vinculados às merdas que rotineiramente vemos nos campos e nas arenas políticas. Estou cá a repetir a tese central do livro Coronelismo, Voto e Enxada, que é contextualizada no blog Tempos Pós-Modernos.

A nada transparente CBF tem de assim ser.

Pois, o Sereníssimo se mantém no poder em função das graças e posições que oferece à cartolagem pouco capaz brasileira. O mesmo se faz na FIFA, se faz em Brasília e se fazia no Rio de Janeiro Imperial. O finado Sr. Caixa D`Água e o Sr. Eurico Miranda são arquétipos dessa situação.

Nos Países grandes produtores de petróleo, é muito comum a mesma situação que se observa na CBF. Se exporta a matéria-prima ao invés de se vender produtos de maior valor-agregado. Vendemos os craques ao invés do Brasileirão. Eles vendem petróleo ao invés de gasolina. Na nossa História, já tivemos a Cana, o Ouro, o Café, a Borracha, que beneficiaram uns poucos por aqui e fizeram a riqueza do 1o Mundo, tal qual é feito com o nosso futebol atualmente.

O Chelsea, com o Felipão e o Robinho, agradece-nos penhoradamente, tal qual os ingleses nos agradeceram por financiarmos sua Revolução Industrial como o ouro de Minas Gerais.

Nos sonhos, gostaria que a grana do Pré-Sal fosse toda para a educação das crianças brasileiras. Porque esse é o investimento mais rentável que está disponível tantos aos indivíduos, quanto aos governantes.

Pra não ficar muito pessimista, a escravidão e o Império caíram porque a conjuntura político-econômica mudaram e os donos do poder de então não se deram conta. Não perceberam que a maré era outra.

Tenho a impressão que o Mundo mudou e as práticas de Brasília não prestam mais ao poder econômico brasileiro. Falta gente qualificada mesmo para ser faxineiro de indústria em Rio Claro. Para dar uma limpada nas maiores empresas que gravitam entorno do glorioso Agüinha é necessário ter, no mínimo, feito até a 8ª Série.

Abraços,

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bem colocado o seu ponto de vista!!!

Especialmente na comparação com os tempos do ouro e da cana.

Realmente está todo mundo vibrando pelo fato do Brasil vir a ser exportador de petróleo, mas que no fundo é uma matéria prima, algo bruto, sem nenhum valor agregado.

O ideal seria manter o petróleo por aqui e gerar mais empregos/renda no processo de refino e produção de produtos derivados, por exemplo.

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Só para esclarecer para os seus leitores, no blog do monaco online há mais alguns artigos sobre o tesouro, como por exemplo:

http://www.monacoonline.com.br/blog/?p=85
e
http://www.monacoonline.com.br/blog/?p=89

Gostaria de deixar registrado aqui para que quem quiser saber mais sobre investimentos dê uma passada por lá.

Obrigado.