sexta-feira, dezembro 04, 2009

O estrago está feito

Qualquer um dos quatro possíveis campeões (embora essa possibilidade seja apenas retórica a esta altura) deixará uma mensagem negativa.
Flamengo, Internacional, Palmeiras e São Paulo erraram muito, mas um deles sairá vitorioso e, arrogantemente, tentará provar seus méritos. A imprensa reverberará as loas dos vencedores; o improviso e o despreparo tomarão contornos de planejamento e gestão.
Os quatro clubes tiveram quase os mesmos erros. A três deles, os erros de arbitragem servirão para encobrir tais falhas; ao campeão, o título as tornará invisíveis.
Em primeiro lugar, os quatro priorizaram outros campeonatos. Pouparam vez por outra titulares, mas só percebem quem faz isso na última rodada.
Depois, todos trocaram seus técnicos.
Boa parte de suas principais estrelas no primeiro semestre já não joga por aqui. Em seu lugar, contrataram apostas discutíveis.
Em todos eles, houve problemas entre técnicos e jogadores; as decisões, quase sempre passionais e paternais, privilegiaram os atletas.
Seus dirigentes sempre falaram mais do que deveriam e, jogando para a torcida, tentaram passar para a arbitragem, para o STJD, para a imprensa ou para outro clube, os seus problemas.
Tristemente, o clube que parece ter procurado errar menos já não pode ser campeão, nem sequer ir à Libertadores.
O Atlético, que vinha repetindo temporadas frustantes, manteve um norte durante todo o ano: um bom técnico, elenco dentro das possibilidades do clube, reforços bem escolhidos, apoio da torcida, poucas reclamações e muito trabalho.
Esse conjunto de ações fez com que o time tivesse um desempenho acima de qualquer expectativa que levasse em conta o histórico recente do time. Deu, assim, esperanças ao torcedor e dúvidas à crítica especializada.
Mas resultados normais afastaram o Galo das primeiras posições. A frustração pela impossibilidade de um fim de ano quase inédito não deixa ver que foi uma das melhores temporadas do Atlético na década e que isso foi possível, em muito, pelos acertos do time.
Às vezes, deixar de perder já é ganhar.

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