terça-feira, maio 03, 2011

Derby Paulistano Chuvoso

O Domingo estava chuvoso para o Derby Paulistano. O clima de expectativa dominava não só na Torcida Palmeirense, que desejava a confirmação da boa fase com a vitória diante do mais honroso rival, mas também da Torcida Corinthiana que via, de forma entusiasmada, a possibilidade de chegar à mais uma final de campeonato.

Descendo para o Pacaembu, a concentração de Palmeirenses era enorme, todos discutindo combqual time o Felipão entraria em campo, como seria o esquema tático, entre estas discussões entoavam cantos e mais cantos apoiando o time do Parque Antártica.

Em contrapartida, descia timidamente ao lado do Pacaembu a pequena em número, mas enorme em coração, tendo os cantos e gritos abafados pela massa esmeraldina mas não deixando por menos e sempre erguendo a bandeira do Timão.

Todos acomodados em seus lugares cantando os seus hinos, provocando-se, eis que o estádio inteiro muda o coro com a entrada dos árbitros em campo. Assovios e palavras de baixo calão são lançados da boca do menor torcedor, já influenciado pelos pais, até da do mais experiente, já calejado pelos anos de estádio.

Os times adentram em campo, saudados por suas torcidas, a festa é completa, alegria e entusiasmo são passados para os jogadores a fim de que eles absorvam e correspondam dentro de campo. Cada torcedor, que deseja a melhor partida para cada jogador, saúda um por um dos jogadores, os quais devolvem com acenos e palmas a lembrança e carinho.

O jogo se inicia tenso, jogadores experientes parecendo meninos em uma pelada entre bairros em que a provocação é o melhor artifício para se alcançar o gol.

O time do Palmeiras começa a partida aguerrido, demonstrando que veio para ganhar o jogo, partindo para cima do Corinthians que, na mesma moeda, devolvia em contra-ataques rápidos, mas não muito objetivos.

As torcidas caminhavam junto com os times, incentivando torcendo eis que, com alguns ditos erros da arbitragem, começam a saudar de maneira frenética a progenitora do juiz, que não se abala e continua a apitar da maneira que acha mais conveniente.

O jogo segue tenso, ataques e contra-ataques, defesas e chutes ao gol, faltas em todas as extremidades do campo, discussões entre jogadores, expulsão de jogador e técnico, uma das partidas mais elétricas e disputadas que já tinha acompanhado em um estádio.

Um jogo equilibrado durante o primeiro tempo, mesmo o Palmeiras com um jogador a menos, o jogo parecia que estava com os integrantes completos. E termina o primeiro tempo com muita reclamação do lado do Palmeiras e alguns esbravejamentos do lado do Corinthians.
Na arquibancada, durante o intervalo, a discussão era quem deveria entrar quem deveria sair, será que o jogo iria acabar no zero a zero, como assim? Isso não pode acontecer em uma semifinal entre os dois times de maior rivalidade do Estado.

Na volta para o segundo tempo, inicia-se a partida e o Palmeiras joga melhor. Mesmo com um jogador a menos, Valdivia e Cicinho saindo no primeiro tempo contundidos e Felipão sendo expulso por ofensas ao árbitro, não há a nítida impressão de que o Palmeiras estava com tais dificuldades. O Corinthians é um time que joga com raça, disposição, disciplina tática, mas, mesmo assim, com palavras de torcedores alvinegros, parecia que quem estava com um jogador a menos era o time de Itaquera.

Em um escanteio bem cobrado, no meio da zaga corinthiana, Leandro Amaro sobe de cabeça e
estréia no placar, marcando um tento a zero para o time alviverde, inflamando a torcida ali presente e deixando a torcida adversária sufocada em seu pequeno canto. Após a esse momento, o técnico corinthiano fez a decisiva alteração no time, sacando o jogador Dentinho e colocando o Willian, seu amuleto em preto e branco. Não demorou muito e o Corinthians empatou a partida com o dedo de Tite e com a cabeçada de Willian em uma já anunciada falha da defesa de Parque Antártica.

Com o empate, o jogo partiu para os pênaltis. Todas as cobranças realizadas de maneira exemplar e o jovem João Vitor, por sua inexperiência, cobra de maneira que o arqueiro Julio Cesar defende e, logo após, com a conversão do último pênalti realizado por Ramirèz, fica o Palmeiras no meio do caminho e segue para a final o rival Corinthians, fazendo a festa da encurralada torcida, espremida no cantinho reservado, mas ultrapassando todas as arquibancadas com a alegria que esbanjava.

Abraços,

EDUARDO VIDOTI PERLATTI

Um comentário:

Ana Vidotti disse...

Texto equilibrado!!! Como eu o vi chegando em casa depois do jogo, JAMAIS imaginaria uma descrição daquelas horas tumultuadas tão respeitosa com o time adversário!!
Parabéns pelo amadurecimento!!
Amo vc...
Tia Ana