Estava a passear pela rede mundial de computadores, indo de blogue para blogue, quando encontrei no Por um instante.... Do blogueiro canceriano Reial Linhares, que gosta da palavra interdisciplinariedade, que postou ontem o texto Continue a história.... Ele fala que:
Rosineide é uma menina muito levada!
Entre todas as peculiaridades que a fazem uma menina especial, tocou-me que:
Rosineide gosta de jogar futebol com os meninos no campinho de várzea perto da casa de sua vó Lurdinha, adora subir no pé de jambo do quintal de sua casa, ama Ladislau (seu cachorro vira-lata), gosta de correr, colocar a cabeça para fora do carro e sentir o vento na cara quando viaja (...)
Lembrei da minha infância. Gostava de tudo isso que ela gosta. Recordei, em especial, bem de uma amiga minha que também adorava todas essas molecagens. Ela era a Rosineide que conheci. Jogava bola melhor do que eu -- sempre escolhiam-na antes de mim --, tinha sua bicicleta cross. Não me lembro direito agora, mas, inclusive, acho que conseguia andar empinado mais e melhor que eu com sua meguetinha.
Nesssa época, deveria ter 7 anos e não havia maiores preocupações com a divisão entre os sexos. Aliás, minha amiga também era um ou dois anos mais velha do eu. Maior, portanto, e fazia valer sua vantagem física. Todos a respeitavam como igual.
Hoje, ela não joga bola, não rampa com sua bicicleta e, muito menos, bate nos amigos. Mas, quando a vejo, sempre me recordo das coisas que ela fazia no meio dos meninos.
A melhor de todas, foi um gol que fez no Campão. Grande parte de minhas aventuras com a minha Rosineide foram no Clube que nossos país nos levavam. Lá tinha dois campos de futebol: Campão e Campinho. O grande era, e ainda é, para os adultos e as crianças raramente jogam lá. Mas, numa destas oportunidades especiais, jogamos lá, ela fez um golaço. Pelo menos, lembro-me deste modo.
Para mim, foi assim: ela recebeu a bola na intermediária, do lado direito, não me lembro se fui eu quem passei; cortou dois na entrada da área; entrou na grande área e dribou mais um com um corte seco; e, por fim, chutou bonito, da marca da penalidade máxima, no canto.
Nem sei se ganhamos ou não. As traves são enormes para garotos de 1a série. Mas foi uma emoção diferente bater bola no campo grande e ver aquele golaço dela. No campinho, era tudo embolado, sem grandes espaços como no Campão.
Quando vi este quadro de Portinari, imaginei, de pronto, eu e Rosineide que bateu bola comigo nele.
(Futebol, 1935, óleo sobre tela, Futebol, de 1935, 0,97 por 1,30 cm)
Abraços,
3 comentários:
Tinha uma garota que jogava bola com a gente. Era melhor do que a maioria dos meninos!
O tempo não volta mais, meu caro. E, hoje em dia, as Rosineides preferem o Orkut e Msn.
Belo texto, Magro. Muito bom mesmo!
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