sábado, abril 17, 2010

Camisa 11

"Essa semana foi lançado o livro “Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro” de Marcelo Barreto, jornalista do Sport TV. Ele elegeu os 11 maiores camisas 10 que o Brasil já teve, e gerou muita polêmica, segundo o próprio autor. Onze porque em um time jogam 11, creio eu. Camisa 10 por ser a camisa imortalizada por Pelé, define teoricamente o cérebro do time (e deixa claro que alguns times são acéfalos), também creio eu.

Entre as inúmeras discussões sobre o que define ou não um camisa 10, vejo como principal o fato de não priorizar o grande ator do jogo, o gol. Eu, corintiano, fã declarado de Romário, apreciador de futebol e conseqüentemente leitor de Armando Nogueira (um grande admirador de Romário), não pude deixar de notar a ausência do baixinho em uma lista sobre os maiores do futebol. Concordo com a ausência, Romário nunca foi um camisa 10. Como citei a minha admiração pelo seu futebol acredito que, assim como Pelé, ele imortalizou um número em uma camisa de futebol.

Não gosto de inventar termos até por ser muita pretensão, mas é uma injustiça com toda a bola que jogou o baixinho utilizar outro número para tal referência e chamá-lo de “camisa 9”, não dá! Títulos a parte, o “camisa 11” é o matador, goleador, artilheiro, chuteira de ouro, a alegria da torcida, vive de gols, são eles que decidem na hora do vamos ver.

O camisa 10 possui toda a magia, o dom, a visão, a arte do futebol. É ele quem deixa o camisa 11 na cara do gol, é ele quem orquestra e cadencia o jogo, indiscutivelmente fundamental para qualquer time. Mas é o camisa 11 (ah, o camisa 11!) que solta o grito preso na garganta de uma torcida, é ele que balança as redes, é ele que explode o coração do torcedor. Romário sabia fazer isso como ninguém. Ronaldo como poucos. Nunca esqueci uma frase de Galvão Bueno (por quem não tenho nenhuma admiração, apenas dando os devidos créditos) se referindo ao ataque da seleção brasileira, que era mais ou menos assim: “Careca, que deu lugar a Romário, que deu lugar a Ronaldo, que deu lugar a ninguém”.

Pelé é o único camisa 10 e camisa 11 da história, por isso é Pelé. Maradona foi só camisa 10, por isso é Maradona. Por fim, venho eu elencar meus 11 camisas 11 (e como disse, sou corintiano). Onze jogadores para fazer um jogo de palavras com o número da camisa, que é uma referência a forma de jogar e não diretamente ao número estampado nas costas. Não vou me limitar aos jogadores brasileiros, mas sim aos que já atuaram no Brasil (e essa foi mais uma vez por ser corintiano). Ainda, diferentemente de Marcelo Barreto, não faço uma ordem cronológica, mas sim por eficiência, pois é isso que importa. Lembrando que essa lista é sob o ponto de vista de um camisa 11, por isso Pelé não ocupa a ponta.

- Romário

- Ronaldo (Fenômeno)

- Pelé

- Jairzinho (O Furacão)

- Reinaldo

- Roberto Dinamite

- Vavá

- Careca

- Carlitos Tevez

- Walter Casagrande

- Evair"

Texto escrito por Maurício Chamati, outro corinthiano apostólico romano torcendo pelo acesso do XV de Jaú. Originalmente publicado em: http://chamati.wordpress.com/

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