sexta-feira, fevereiro 04, 2011

A ingratidão repetida

No jogo em que o Corinthians foi eliminado anteontem, a culpa desmoronou sobre Ronaldo.
Nada de novo. No futebol, como na vida, tudo é repetição.
Ontem foi Rivellino, hoje é Ronaldo.
E então se revela a grande distinção humana. Se há algo que diferencia o homem de qualquer outro animal, é a ingratidão.
Rivellino foi o Reizinho do Parque, milhares de pessoas chegavam duas horas mais cedo aos jogos dos anos 60. O motivo era ver o Curió dos aspirantes. Rivellino possibilitou ao corinthiano ter orgulho de seu time, mesmo em época de vacas magras. Mas veio a final de 74, vinte anos sem títulos, e tudo ficou na conta do Bigode.
Ronaldo possibilitou ao Corinthians um reconhecimento internacional que o clube nunca tivera. Trouxe ao clube dinheiro, prestígio, influência.
Mas não ganhou a Libertadores. Como todos os outros jogadores de sua história.
Análises diversas são possíveis. A do instante diz que alguma coisa está fora do lugar, quando Jorge Henrique está no campo defensivo fazendo a marcação, como um lateral direito, e não no ataque. Alguma coisa está errada, quando um clube gasta fortunas e se coloca como Todo Poderoso e não mostra no banco uma opção para o ataque ou para a lateral. Ou quando, na última rodada de um campeonato, um dos postulantes ao título empata com um rebaixado.
Outra conclusão, possível, é a de que os gestores não conhecem futebol. A contratação de Ronaldo não poderia pretender um título continental. Não porque o Corinthians nunca ganhou a Libertadores, mas porque, em sua carreira, Ronaldo fez gols, foi laureado "melhor do mundo", venceu a Copa, mas não teve bom desempenho em campeonatos de pontos corridos e em torneios continentais. Ronaldo nunca ganhou a Champions, e campeão nacional só foi duas vezes: na sua chegada ao elenco estelar do Real Madrid e na sua saída, quando quase não jogou. Seu desempenho é muito melhor nas copas nacionais, como a Copa do Brasil, que conquistou em 2009. E isso deve ter um motivo, que os "profissionais da gestão" deveriam entender e sanar.
Porém, nos momentos cruciais (Flamengo, Goiás, Tolima), Ronaldo estava em campo e se expôs. Se tinha condições ou não, a outros cabia decidir.
Na história da ingratidão, quem será o Rivellino de amanhã?




Um comentário:

AF Sturt Silva disse...

Outro Ronaldo?

http://flamengoshow.blogspot.com/2011/02/em-defesa-do-flamengo.html