quarta-feira, abril 04, 2012

Ainda Ademir

Nos primórdios da existência de Na Cal, escrevi um pequeno texto relacionando Ademir da Guia e Paulinho da Viola.
Por conta do aniversário do Divino, reli a postagem hoje. Quem quiser pode ver aqui.
Ademir sempre foi uma figura que me causou curiosidade e admiração.
Creio que a primeira vez que li algo sobre ele foi lá por 86. Eu tinha 8 anos e lia uma revista antiga chamada Gazeta Ilustrada.
Vez por outra, meu pai aparecia com uma dessas publicações antigas e eu me divertia um bocado com a história de nosso ludopédio. A edição de que falamos agora era de 1960. Ou assim registrou minha memória. E apresentava Ademir como sucessor de Pelé.
Como sabemos hoje, ele não foi o herdeiro do Rei, mas construiu uma carreira brilhante no Palmeiras, fazendo do alviverde o único time capaz de parear com a constelação praiana daqueles anos 60.
A indicação da revista serve mais para nos dar uma ideia de que a sanha do jornalismo esportivo por cunhar e sepultar ídolos não é coisa recente.
Já na década de 90, devidamente alfabetizado e leitor já com boa fluência graças às revistas antigas, Ademir ressurgiu no hoje clássico poema de João Cabral. O poema, para quem não conhece ou quer lembrar, pode ser lido aqui. Nele há a construção típica de João Cabral: uma técnica invejável e uma cadência sem sobressaltos. Mais ou menos como Ademir.
Mais do que isso, ali aprendi que era possível falar de futebol em poesia.
Por fim, bem depois, Ademir aparece no documentário Um craque chamado Divino. Os depoimentos do filme, aliás, fazem concluir que Ademir era já na sua época um jogador de outro tempo.
E por isso Ademir merece sempre a lembrança.

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