domingo, agosto 12, 2012

O Peralta e o Esperto

Depois de ter enfrentado e vencido as temíveis equipes do Egito, Nova Zelândia, Bielorrússia, Honduras e Coreia do Sul, nossa Seleção chegou à esperada final.
Os otimistas arriscavam placares em que o escrete nacional marcaria os habituais três gols das outras partidas.
O México, mesmo jogando sem seu principal jogador, não se intimidou em nenhum momento. O confronto (veja aqui o vídeo) foi marcado pela eficiência mexicana: Corona foi um goleiro seguro, o sistema defensivo se destacava pela marcação iniciada no campo de ataque, a troca de passes era constante e precisa.
Sim, o Brasil tinha maior posse de bola, mas não exibia padrão de jogo.
O atacante Peralta escancarou a inconstância de nossa zaga ao marcar um gol logo aos trinta segundos.
No lance, descuido de Rafael. Mas não era apenas o lateral que estava desatento. Aos trinta do segundo tempo, Peralta fez o segundo, cabeceando da marca do pênalti.
Há quem diga que as derrotas ensinam. E se é verdade que a geração que ostenta Neymar, Ganso, Lucas e Oscar merecia uma melhor sorte, é também verdade que outras ótimas safras de nosso futebol desapontaram. E cada uma tirou o seu ensinamento.
Sócrates, por exemplo, dizia que ter perdido a Copa de 82 pode ter evitado que o sucesso subisse à cabeça de craques como ele, Zico e Falcão.
Já outra geração - a de Romário, Bebeto, Taffarel e Jorginho - conseguiu somar a Copa do Mundo de 94 à medalha de prata em 88.
Antes dos Jogos, Mano Menezes afirmou que não era ingênuo, pois havia chegado longe e ingênuos não chegariam a lugar nenhum.
Os dicionários apontam malicioso e devasso, como antônimos de ingênuo e definem a palavra com os atributos de sinceridade, franqueza e simplicidade (além de uma história acepção relacionada aos escravos romanos nascidos livres).
Sabendo ou não o significado do que dizia, nosso treinador parece ter dito mais do que precisava (ou podia).
Por enquanto, a grande descoberta parece ser a de que mais vale um hermano Peralta do que um Mano que se acha esperto.

Um comentário:

Pedro Caldas disse...

Esse Mano é muito fraquinho. O Brasil concentrou o jogo em Neymar, que esteve mal. Os outros ficaram presos a marcação dos mexicanos.

Você diz temíveis entre aspas, né? Porque não havia adversário, a não ser o próprio treinador do Brasil.