Lá pelos meus quinze anos, via vários amigos e conhecidos mais distantes irem atrás de uma vaga nas categorias de base dos times da região e nos grandes times da capital. Sempre havia o comentário sobre um cara que conseguiu uma vaguinha por ali ou por acolá; de vez em quando, surgia uma notícia mais contundente -- o primo daquele passou na peneira do Santos!
O resultado é uma imensa legião de jogadores profissionais e semi-profissionais por esse Brasil. Fora os que desistiram de ganhar uma grana no futebol mas não conseguem deixar de jogar em algum campeonato amador.
Só que dessa de multidão de jogadores, apenas alguns chegam aos times das primeiras divisões e, menos ainda, aos grandes times brasileiros. Ou seja, na batalha pelo estrelato, há muito mais baixas do que vencedores.
Mas a glória dos que fazem sucesso também é passageira e, ai, a força destruidora é bem mais forte. O tombo causado pela solidão do ex-craque, esquecido pela imprensa e torcedores, é bem maior. Após a glória, há a entrada no reino de Thanatos, a personagem morte na mitologia grega e símbolo do instinto freudiano da morte.
Alcoolismo, dinheiro gasto em festas, decomposição de famílias, abandono de amigos; tudo isso vem junto com final de muitas carreiras futebolísticas. Não é uma regra, mas há várias histórias como a do Paulo César Caju.
É assim, inclusive, porque os nossos adolescentes não têm bases fortes nas famílias e na escola, só o sonho de fortuna não lhe dão base para enfrentar o final dos holofotes.
Abraços,
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