
Para os mais apaixonados pelo futebol, o time do coração é muito importante nas suas vidas. Tem centralidade, como gostam de falar os estudiosos, na construção das suas personalidades. Ou seja, do mesmo jeito que tem mães que morrem por seus filhos, há torcedores que fazem a mesma coisa pelo seus times. O que nem sempre acaba bem: lembram-se do desastre no Pacaembu?
Os promotores da Cidade de São Paulo tentaram colocar os líderes das torcidas organizadas do Palmeiras e do Corinthians numa mesma sala do Morumbi para assistirem juntos o último clássico. Não houve jeito, essas lideranças só aguentaram o primeiro tempo.
Tenho a impressão que quando se trata de um aspecto fundamental da personalidade, como é a identificação dos torcedores com time, não há grandes racionalidades a serem feitas. É uma ligação muito emocional, quase só irracional, que não dá muito espaço para um diálogo como o pretendido pelos promotores paulistanos. Ainda mais com o sangue latino que corre nas artérias dos brasileiros.
Imaginem quantas projeções mentais não são feitas quando um jogador faz o gol do título numa final com o estádio cheio! Tá todo mundo dando aquele chute com o centroavante, mesmo que seja só inconscientemente.
Toda essa situação dá espaço para que um simples jogo tenha muitos significados. Formem-se muitas metáforas, representações, a partir dos impactos que singelas partidas causam nas mentes dos torcedores.
Desde a sensação de vitória do time que é transferida ao torcedor. Será que as esposas e namoradas sentiram diferenças de ânimo dos seus parceiros? Aquele sexo teria um temperinho a mais nos dias subsequente à conquista de um título?
Abraços,
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