
Estava eu a navegar pelo mundo da blogosfera quando me deparo com uma resenha do livro In Praise of Athletic Beauty, em português seria algo como Elogio à Beleza Atlética, escrito pelo professor de literatura da Universidade de Stanford, Hans Ulrich Gumbrecht(na foto) e editado pela Harvard University Press. É uma joia rara que tenho que dividir convosco e agradecer ao anônimo escrevinhador do blogue lusitano A Causa Foi Modificada. Valeu CPLPano anônimo, muitos obrigadinhos a tu.
Para quem ler textos e escutar rádios em inglês, aqui um punhadinho de boas indicações: escutem uma entrevista com o autor, dada ao sítio Philosophy Talk; e, há também um programa da BBC Rádio 3 em que entrevista o Professor Night Waves do dia 2 de Junho de 2006, antes entrevistam uma Diretora de Teatro inglesa que trabalhou um pouco nas favelas cariocas; ou leiam a crítica The art of sport, publicada no The Boston Globe; e, diretamente, a resenha que a portuguesa ou português publicou, que foi feita pelo estudioso da mente Sr. O'Brien.

O germânico funda seu ponto de vista argumentando com outro alemão, Kant. Este crê que o belo deve ter um sentido, uma intenção, subjacente e, portanto, vinculado a algum objetivo maior que daria legitimidade estética ao objeto valorado. O autor coloca que o belo tem, simplesmente, a função de sê-lo e, deste modo, não precisa de maiores justificativas. Algo que toca o seu coração é belo e pronto.
É engraçado, as artes,a algum tempo, são um autêntico samba do crioulo doido, todas as obras vêm de experiências subjetivíssimas de cada artísta, quando não inconscientes, e ninguém pode falar o que não é arte. Não há parâmetros claros. Contudo, essa liberdade estética que é dada aos artistas não é estendida aos boleiros, por exemplo, sem maiores explicações.
O professor ainda coloca que quando uma grande coletividade reconhece algo como belo e superior, deve-se respeitar a capacidade de julgamento dos milhões que a fizeram. Não é uma simples conquista de título que é considerada nesse caso, é aquela conquista rara que só é observada poucas vezes em uma vida. O gol do Basílio que tirou o Corinthians da fila tem uma dimensão muito diferente que outros campeonatos que esse time ganhou. Vejam, mesmo a Copa de 94 tem sobre ela toda carga histórica das outras conquistas brasileiras que a seleção do Parreira não conseguiu superar ou se igualar. Um padrão de belo já foi estabelecido no futebol brasileiro que influencia as espectativas dos torcedores e o jeito de jogar de nossos atletas.
Afinal, para alguém me provar que isto não é bão vai ser difícil:

Mas podem continuar tendando, de hoje em diante, tenho aliado dentro das linhas inimigas.
Abraços,
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