Que esporte e política se misturam não é novidade. Nem é preciso buscar origens nos gregos ou nos sumérios. Basta pegar alguns recortes do século XX. Jessé Owens e os Panteras Negras são apenas alguns exemplos.
No futebol, que é o esporte mais popular do planeta, torcer por um time pode representar um posicionamento político: da Escócia ao Rio Guaíba, a ideologia pode estar estampada na cor da camisa.
Mas os clubes são apenas a parte visível. Há ainda as seleções. Na Copa de 94, houve um jogo Itália x Irlanda em Nova Iorque. Só faltava ser Yom Kippur para a cidade parar de vez.
Sempre ouvimos da guerra que Pelé parou ou dos monges tibetanos assistindo aos jogos da Copa. Porém, a manifestação ideológica pode ser mais sutil e, por isso, mais perversa.
Li que na Itália está sendo feita uma lista dos “piores estrangeiros” que por lá jogaram. Pergunto-me qual a utilidade de uma tal pesquisa. Apenas vejo a intenção de, camuflada de divertimento, desqualificar os estrangeiros nesse novo Império Romano. Está escondida nessa lista uma visão retrógrada, resquício de tempos nebulosos.
É curioso observar que, enquanto a Alemanha resgatou seu orgulho nacional saudando um time formado com imigrantes, a Itália se vangloria de ganhar a Copa com time em que todos os jogadores jogam em casa e são brancos (e nenhum sabe jogar bola). Vangloria-se, ainda, de que a conquista minimize os efeitos de uma crise acarretada por corrupção no calcio. Ora, por que os brilhantes analistas não fazem as projeções do que seria o futebol italiano sem os estrangeiros: Filó, Altafini, Maradona, Platini, Basten.
Não o fazem porque, apesar de tudo, sabem que, em um futebol capitaneado por Gattuso, Simplício, Doni e Mancini podem ser estrelas.
Quando Ronaldo e Rivaldo brilharam em 2002, a televisão mostrava crianças na Índia imitando o penteado cascão. Pergunto-me se no ano passado elas aprenderam a ofensa como recurso técnico.
No futebol, que é o esporte mais popular do planeta, torcer por um time pode representar um posicionamento político: da Escócia ao Rio Guaíba, a ideologia pode estar estampada na cor da camisa.
Mas os clubes são apenas a parte visível. Há ainda as seleções. Na Copa de 94, houve um jogo Itália x Irlanda em Nova Iorque. Só faltava ser Yom Kippur para a cidade parar de vez.
Sempre ouvimos da guerra que Pelé parou ou dos monges tibetanos assistindo aos jogos da Copa. Porém, a manifestação ideológica pode ser mais sutil e, por isso, mais perversa.
Li que na Itália está sendo feita uma lista dos “piores estrangeiros” que por lá jogaram. Pergunto-me qual a utilidade de uma tal pesquisa. Apenas vejo a intenção de, camuflada de divertimento, desqualificar os estrangeiros nesse novo Império Romano. Está escondida nessa lista uma visão retrógrada, resquício de tempos nebulosos.
É curioso observar que, enquanto a Alemanha resgatou seu orgulho nacional saudando um time formado com imigrantes, a Itália se vangloria de ganhar a Copa com time em que todos os jogadores jogam em casa e são brancos (e nenhum sabe jogar bola). Vangloria-se, ainda, de que a conquista minimize os efeitos de uma crise acarretada por corrupção no calcio. Ora, por que os brilhantes analistas não fazem as projeções do que seria o futebol italiano sem os estrangeiros: Filó, Altafini, Maradona, Platini, Basten.
Não o fazem porque, apesar de tudo, sabem que, em um futebol capitaneado por Gattuso, Simplício, Doni e Mancini podem ser estrelas.
Quando Ronaldo e Rivaldo brilharam em 2002, a televisão mostrava crianças na Índia imitando o penteado cascão. Pergunto-me se no ano passado elas aprenderam a ofensa como recurso técnico.
3 comentários:
Márcio,
O fato da Itália ter todos seus atletas jogando no país é orgulho porque confere ao calcio o status de melhor do mundo. Não é um menosprezo aos estrangeiros que jogam lá nem uma tentativa de prova da superioridade italiana, mesmo porque apenas a seleção é restrita aos italiano. O critério de nacionalidade deles dificulta a existência de negros italianos... não é um preconceito...
Precisamos descobrir quem inventou eleição dos piores estrangeiros. A "Placar" deles, provavelmente. A idiotice é semelhante à escolha do jogador mais odiado.
Beletti e Bordon não jogam na Itália, mas fazem mais sucesso que estes que você citou.
Talvez eu não tenha percebido a sutileza...
ah, vá... Eles ganharam a Copa sem precisar jogar, mas tinha gente lá que sabia cuidar da bola: Pirlo & Del Piero...
Pirlo é só razoável e o Del Piero ficou muito é no banco.
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