Na extinta revista Bundas, Romário disse que não entendia a crítica de muitos jornalistas sobre a inteligência dos jogadores. Ilustrava com a seguinte situação: o repórter pára o artilheiro na beira do campo e pergunta como foi o gol. Dizia, então, Romário: "O cara quer que eu fale sobre o quê? Política?" Ou algo equivalente.
Ora, não se pode tirar a razão de Leão quando ele diz que, no incidente da semana passada, não estava conversando com uma jornalista, pois ele não estava em dia de entrevista. Uma lógica quase cartesiana.
Mas quem tem a caneta tem a verdade. E lá vamos nós a mais um espetáculo de linchamento. É cômodo ao quarto poder acusar: não há uma agência que controle seus excessos. Rádio e tevê são concesões, não são?
Leão é mais machista do que as editorias de esporte que praticamente não contam com mulheres em suas redações? Ou do que os responsáveis pelos programas em que mulheres servem apenas como adorno do cenários? Ou do que os jornais que estampam a anatomia de tenistas (coitada da Sharapova), jogadoras de vôlei ou nadadoras, com comentários ao estilo "Que bonito é!"?
Marilia Ruiz, para se explicar, publicou no LANCE! um texto sobre o que "aconteceu entre Leão e eu"; exatamente assim, com esse esmero gramatical. Quem ofende o jornalismo?
Nem parece ser relevante o fato de uma associada cobrir o próprio clube. Oras, o que é objetividade?
Para encerrar, indico o texto de Mylton Severiano, "Zé Hamilton e os imbecis", na Caros Amigos deste mês.
2 comentários:
Desde quando jornalismo no Brasil é sério? Principalmente o desportivo, que é feito para a torcida e não leva em conta a ridícula realidade dos clubes brasileiros, endividados, pobres e irregulares.
O nosso jornalismo só chuta cachorro morto mesmo.
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