Antes das minhas férias, andei a criticar o nosso futebol. O núcleo da minha tentativa de argumentação era que o modelo de brasília não é estranho ao resto dos brasileiros, incluindo os que lidam diretamente com o futebol.
Mas vi que poderia ter me enganado. Percebi que o buraco é mais em baixo ao assistir uns pedaços do documentário: Undercover: Football's dirty secrets, da BBC (acho que deve ter no e-mule!).
Trata de propinas que os agentes de jogadores pagariam aos técnicos, olheiros e diretores dos times de futebol ingleses. Sou mais um colonizado no final das contas. Pois, os americanos e o resto do 1o mundo não são tão melhores assim quanto pensei.
Há um bom resumo no artigo 2006 allegations of corruption in English football, da interessante Wikipédia.
Fica cada vez mais complicado não dar razão ao bretão Hobbes. O grande filósofo defendeu que há uma Bellum omnium contra omnes. Um ninguém é de ninguém ou um cada um por si generalizado. Confiar no próximo seria muito arriscado.
O pensador viveu durante a Guerra Civil Inglesa, aquela vencida por Oliver Cromwell. Eu vivo na violenta São Paulo. Vou aos estádios, ando a pé, tomo cerveja nas mesas e tals, mas não sei até quando será possível fazer tais coisas. Passaram-se quatro séculos e continua perigoso.
Mas ainda tenho esperanças no coração. Contudo, seria necessário que as pessoas das classes médias e altas percebam que é preciso construir uma Brasil menos injusto. A tragédia em Congonhas, infelizmente, é uma clara demonstração aos que têm acerca da incapacidade do Brasil funcionar quando cada um só quer saber de si. Foram feitos os planos de saúde e a educação privados, mas não dá pra fazer aeroportos da mesma maneira. Tentam umas polícias privadas, no entanto, não rola também.
Para voltar ao inglês, o contrato social precisa ser mudado. Quer dizer, se vier uma ditadurinha ai pela frente, pode ser que dê pra segurar a maioria. Quantos não vivem congonhas diárias em suas vidas e não são notícia no Jornal Nacional! Particularmente, espero que a América Latina não siga unida e que os modelos dos regimes autoritários que tentam se instalar por ai a fora não prosperem por aqui.
Não fugi ao tema! Calma.
Não sei se os dirigentes do Corinthians têm ou não culpa no cartório. Mas os do Fora Dualib tem bons argumentos.
Quem sabe o resto dos dirigentes não passem a ter um pouco mais de medo? Tomara que passe pelas suas cabeças o seguinte raciocínio:
-- Se grampearam os cartolas do Parque São Jorge, porque não grampeariam os dos outros grandes clube!?
Afinal, se os corinthianos que vi torcerem de modo sincero e profundo na derrota para o arqui-rival perceberem que há modos para impedir desmandos no andar de cima do Parque, pode ser que não aceitem os que rolam em Brasília. Pois, falar de contrato social, hobbes, cidadania, etc. é muito chato. Bem melhor é gritar -- curintias meu amor; curintias minha vida!
Abraços,
P.S. Um alerta: não virei a casaca nem por um instante e nunca cantei hinos de outros times, só vi a sinceridade e a intensidade do que lá torciam para o Corinthians.
Um comentário:
Sidarta meu amigo, parabéns pela escolha. A camisa do Grêmio Catanduvense foi postada nos correios hoje à tarde, por volta das 13:00 horas por SEDEX, no endereço que vc me enviou. Cara, aproveitei e comprei uma pra mim tb (já tinha o modelo antigo...era igual a do Boca Júniors). Não resisti e comprei uma branca tb. Segundo a funcionária dos Correios, a encomenda deve estar chegando amanhã´. Portanto, fique de olho pro porteiro não sugar falou? (brincadeira). Abraços!
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