terça-feira, agosto 10, 2010

O que se tornam os meninos quando crescem?

O futebol é o reduto da insensatez.

O torcedor não pensa, ama. Por isso, explicações míticas são sempre mais aceitas do que análises. Quando dá certo, a escrita se conserva. Quando não, procura-se um outro motivo.

Exemplo disso, são os "Meninos da Vila". Há explicações de todos os tipos para tentar justificar o fato de "o raio cair tantas vezes no mesmo lugar". Mas, olhando bem as três gerações (1978, 2002 e 2009), há um grande ponto em comum: a falta de recursos do clube praiano nessas épocas. Das três vezes, o clube havia perdido dinheiro e era preciso uma solução emergencial. Curiosamente, a melhor geração - a de 78 - foi a que menos venceu pelo Santos. A de 2002, pela relevância dos títulos, pode ser considerada a mais vencedora. E rendeu bons dividendos ao clube. Dividendos que foram gastos numa comissão técnica caríssima. E, na falta de dinheiro, mais jovens são lançados. O que será feito com o dinheiro de agora?

Curiosamente, também, quando crescem, os "Meninos da Vila" não se tornam tão grandes quanto prometiam. A geração de Pita rendeu cerca de dez anos num futebol de bom nível. Mas, no conjunto da obra, seus integrantes ficaram distantes dos da Gávea  ou do Inter da mesma época, por exemplo. 

A geração de 2002 coloca seus dois destaques patinando no Velho Mundo. O City tenta fazer dinheiro de qualquer forma com Robinho e Diego é moeda de troca em qualquer negociação da Juventus. O mais regular e discreto é o único que consegue se manter numa liga de primeira linha, mas num time menor: Renato, no Sevilla.

Parece acontecer com os "Meninos da Vila" - assim como com tantos outros meninos - a força da novidade: encantam durante certo tempo, depois se tornam previsíveis ou não se desenvolvem no mesmo nível com que surgiram.

Ganso parece Pita jogando, mas o Pita já experiente, líder dos Menudos. Tudo faz crer que manterá a condição de craque. Mas. olhando um pouco para trás, Giovanni também surgiu mais velho do que o habitual e jogando com classe e estilo diferenciados. Mas passou o período do ápice de um jogador na Grécia, escondido.

Com Neymar, a preocupação é maior porque, sem a maturidade de Ganso (tanto futebolística quanto pessoal), pode repetir o caminho de Pato: surgir meteoricamente e, tornando-se milionários antes de se tornar um jogador, contentar-se em "fazer parte do grupo" de um grande time.

Em tempo: outro dia, um leitor deste espaço indagou sobre jogadores que tiveram uma ascensão tão rápida quanto Neymar. Recorrendo apenas à memória, é possível lembrar de Adriano  (no Guarani), Gil (Corinthians), Elivélton (São Paulo), Gilmar Popoca (Flamengo). Denílson (São Paulo), André Cruz (Ponte Preta), Geovani (Vasco). Hoje pode parecer estranho colocá-los no mesmo nível do "craque Neymar", mas quando surgiram eram até maiores. 


Um comentário:

Anônimo disse...

nossa, quem escreveu esse texto? tá parecendo coisa de curintiano amargurado. Desanimei até de comentar algo.
Tem muita raiva nesse post, muita coisa enrustida, um estranho rancor contra o time praiano.

gostaram do jogo de ontem? o que acharam da nova seleção? deu mais gosto de ver hein.