Notas de um feriado

Rogério Mil

Rogério completou ontem mais um recorde pelo São Paulo.
Seus detratores usam argumentos tolos:
1) Só conseguiu mil jogos no mesmo clube porque é goleiro;
Esquecem-se que mesmo goleiros muito identificados com seus clubes não chegaram perto da marca, seja por contusões, transferências ou queda do rendimento técnico. Basta lembrar do palmeirense Leão, do corinthiano Ronaldo, e de São Marcos.
2) Só falam dele porque ele faz gol;
Rogério fez gol em menos de dez por cento de suas partidas. Nelas e em todas as outras atuou principalmente como um bom arqueiro;
3) Não foi jogador de seleção;
Rogério jogou 17 vezes pela seleção. Mesmo número de Raul. Não há dúvidas de que Raul era melhor do que Waldir. Mas a opção dos técnicos da época (Coutinho, Telê, Evaristo) foi outra.
Um dos maiores goleiros do Brasil, Castilho jogou trinta jogos pela seleção e não foi titular nas copas de 58 e 62. Foi apenas titular no fiasco de 54. Sem por isso, deixar de ser grande.
Alguns dos principais ídolos do futebol brasileiro não tiveram sucesso na seleção, embora fossem grandes jogadores, Alex e Marcelinho, entre eles.
4)É o goleiro que mais tomou gol do Corinthians;
Sim, porque jogou muito contra o Corinthians, como contra o Palmeiras, o Santos, o Cruzeiro, o Flamengo.
5)É um frangueiro;
Rogério falhou em momentos importantes. Como Taffarel, Marcos, Dida.
Mas é um "frangueiro" eleito seis vezes Bola de Prata e uma vez Bola de Ouro.
6) No seu tempo como titular, "só" ganhou três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial;
Quantos CLUBES conseguiram o mesmo nesse tempo?
7)Ninguém gosta dele;
Sessenta mil pessoas provaram o contrário ontem. E se sentiram felizes em contemplar a história.
Parabéns, Rogério!

Sócrates


Um texto de Luiz Guilherme Piva, publicado no blogue de Juca Kfouri, dá ideia da grandiosidade de Sócrates. Diz o autor:

"Imagine que alguém fez medicina, foi capitão da seleção em duas Copas, foi e é ídolo da impressionante nação corintiana, revolucionou a gestão de um clube de futebol, atuou politicamente, gravou discos, escreve em revistas e jornais, foi técnico, é comentarista, tem seis filhos, esposa e ex-mulheres e carrega a glória suprema de ter o melhor passe de calcanhar da história do futebol.
Isso tudo, até agora, em um período menor do que 30 anos.
E você?"

É muita coisa para uma pessoa só. Que ele se recupere e faça mais!

Basquete

Numa partida emocionante, o Brasil venceu a Argentina. Um feito, sem dúvida.
Mas o que chamou a atenção foi o fato de que, quando a Argentina precisava reagir, a música tocada no ginásio foi a homenagem de Manu Chao a Maradona, acompanhada por todo o público.
Maradona é para Argentina muito mais do que um jogador de futebol.