segunda-feira, junho 18, 2012

Modelo Brasileiro de Gestão de Talentos

Os jornais e sites noticiaram que o irmão de Kevin Durant está fazendo testes para atuar em equipes do Brasil.
Como o basquete está parado por aqui, foi dado destaque razoável às peneiras enfrentadas por Cliff Dixon.
A notícia já estava quase esquecida, mas foi reavivada em minha memória pelo jogo Fluminense x Portuguesa.
O leitor deste blogue deve estar perguntando a relação entre uma coisa e outra. Na verdade, não chega a ser uma relação, mas uma diferença.
Pergunto ao leitor: quantos jogadores norte-americanos já viu atuando por aqui? Quantos deles poderiam atuar na NBA?
As respostas levam à constatação de como o melhor basquete do mundo se conserva. Dificilmente - para não usar a palavra nunca - um jovem jogador de qualidade (um Kevin Durant) passará despercebido dos caçadores de talentos da liga americana. Os mecanismos de seleção e pesquisa de talento garantem que os novos astros consigam um lugar nas equipes da NBA ou das ligas menores.
Durante muito tempo, o Brasil produziu os melhores jogadores do mundo e, passadas algumas poucas temporadas nas grandes equipes do país, vendia seus valores para os campeonatos europeus.
Mas o modelo nacional está falido e escancara a falta de visão e competência de quem o gere. O sistema é tão ineficaz a ponto de um jogador de qualidades inquestionáveis passar sua juventude vagando por categorias de base de times como Juventus e Nacional sem atrair a atenção dos clubes maiores.
E depois de ter uma chance no Corinthians, esse jogador vai atuar no CSA, de Alagoas, e, de lá, atrai a atenção de um grande clube português.
Claro que falamos aqui do caminho de Deco que, depois de cruzar o Atlântico, conquistou as torcidas de Porto e Barcelona.
O nosso perdulário sistema de gestão de talentos permite apenas que vejamos os instantes finais de um jogador grandioso. Fiquemos contentes com o que nos sobra!


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