domingo, agosto 19, 2012

Nelson Piquet - 60 anos

Porque hoje é domingo, a lembrança parece mais propícia do que na data correta.
Durante os anos 80, havia uma espécie de Fla-Flu entre os que acompanhavam as corridas de Fórmula 1: Senna x Piquet.
Rivalidades sempre existiram no automobilismo. Entre Piquet e Senna, as coisas se acirravam por dividirem a torcida do próprio país.
Senna ganhou a maior parte da plateia. A ponto de tornar perigoso o gesto de afirmar a predileção por Piquet.
Os admiradores de Senna apreciavam sua pilotagem, seu patriotismo, seu namoro com Xuxa. Senna vendia a imagem de bom moço, patriota, educado.
Os fãs de Piquet apreciavam também sua pilotagem. Gostavam, além disso, de suas ideias inovadoras nos cockpits e de sua mordacidade. Piquet não pretendia fazer-se de contemporizador. Sempre deixava mostras de seu sarcasmo e de sua imodéstia.
Piquet, numa palavra interessante, era autêntico. E não queria agradar ninguém. Mais ou menos como aqueles que o escolhiam no embate com Senna.
Tal embate se deu muito menos nas pistas do que nas rodas de conversa e na imprensa.
Quando Piquet foi para a Lotus e Senna para a McLaren, a passagem de bastão foi feita. Piquet conquistou seu último título em 1987, Senna comemorou o primeiro em 1988.
De 88 a 91 (quando Piquet deixou a F1), a McLaren viveu sua fase mais esplendorosa e Senna igualou o número de títulos de Piquet.
Até 87, Senna conquistara 6 de suas 41 vitórias; a partir de 88, Piquet somou três de seus 23 êxitos.
Com o domínio da McLaren e a fase ruim da Lótus, o adversário de Senna passou a ser Prost.
Em 90, Piquet foi para a Benetton, desenvolveu o carro, obteve o terceiro lugar no campeonato de pilotos, atrás apenas de Senna e Prost (já na Ferrari), e compôs uma dobradinha com Roberto Moreno no GP do Japão.
Despediu-se da categoria em 1991, ano do terceiro campeonato de Senna - o último de um brasileiro.
Fora das pistas, continuou mantendo seu estilo direto e franco.
Piquet não se adapta às homenagens, apenas às lembranças. Sempre com algum sarcasmo, é claro.

Aqui: os textos de Reginaldo Leme, Flavio Gomes e Fábio Seixas

Aqui: o Sem Cesura.






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