terça-feira, agosto 21, 2012

Olhar surpreso

Complicada a vida das campeãs olímpicas do vôlei.
Chamadas de "amarelonas" por causa do insucesso em Atenas, conseguiram levar a plateia para o seu lado após o ouro em Pequim.
Mas um início ruim em Londres reavivou as críticas. Esperava-se, então, que as tais críticas sumissem com o bi olímpico.
A má vontade, entretanto, persistiu. E, como já não cabia apontar senões aos resultados, o alvo passou a ser - pasmem - o que as meninas fizeram depois da vitória.
O portal IG relata o descontentamento de um jornalista americano com o comportamento de nossa torcida e de nossas atletas. No texto (leia aqui), fica claro que o citado jornalista desconhece muito das arquibancadas esportivas mundo afora. Quando diz, por exemplo, ter sido a primeira vez que viu um atleta sendo vaiado nos Jogos, entrega que não assistiu à peleja entre Brasil e Honduras e, portanto, não presenciou as ovações destinadas a Neymar. Desconhece, ainda, que a vaia no saque é similar ao "burro" no tiro de meta batido nos campos da América Latina. Mas parece muito querer que o jornalista saiba o que é futebol.
Quanto ao barulho no pódio, o periodista não sabia - ou não quis saber - que boa parte dele foi devida a uma saudação especial às rivais japonesas. Nippon, gritavam as brasileiras e recebiam em troca um sorriso de agradecimento das orientais.
É possível que tenha havido exageros nas comemorações para os padrões americanos. A explicação pode estar na falta de jeito do brasileiro com a vitória. Com o tempo, havendo mais êxitos, é bem possível que o brasileiro se acostume e se mostre blasé no lugar mais alto do pódio.
(Conclusão similar parece ser que a Eduardo Giannetti enxerga para o deslumbre consumista da população)
Tudo questão de costume. O jornalista americano, por exemplo, demonstrou não estar habituado a ver outros em primeiro lugar e, por isso, estranhou muito a atitude das brasileiras.
Em outras palavras, é questão de treinar o olhar. Para cima ou para baixo.

Um comentário:

Pedro Caldas disse...

O americano não enxerga o ouro como nós. Nós esperamos, atentos, vários dias para a celebração do primeiro lugar, enquanto eles recebem premiações olímpicas diárias. Vejo outro fator. O povo da América do Norte é mais contido, pois estão em uma região fria, gente que não está habituada a ficar nas ruas a noite gritando e pulando. O povo é mais frio. Os brasileiros e africanos já são mais agitados...

Até na Premier League se vaia o adversário. Uma vez vi uma velhinha no jogo Ars x MCU, em que ela dava dedo e xingava Giggs, com ódio mortal. Muito engraçado.