A idéia incial era escrever um bem-bolado sobre o Inter, o Dia Nacional do Samba, 2 de Dezembro, e o Lupicínio Rodrigues. Mas o blogueiro Heitor Carlos me alertou que o Pai da Dor de Cotovelo não torcia para o Inter. Muito pelo contrário, torcia para o Grêmio, o time que não aceitva negros como jogadores, sócios ou simples torcedores. Lá no blogue do Heitor há texto sobre essa situação inusitada de um sambista negro torcer para um time estatutariamente racista, a época.
Assim, mais uma vez, o arqui-rival Grêmio melou mais uma do Saci. Deste modo, ficam só homenagens meio soltas.
O Inter vai lá pro Japão com o amargor da derrota que sofreu para o Goiás e muitos pensam que isso é uma situação ruim. Não é não!
Os jogadores desse time são brasileiros. Quem joga por aqui tem uma síndrome que os psicólogos podem explicar: um jeito vira-lata de ser. Ser o melhor costuma ser problemático, os boleiros gostam mesmo é de ocuparem o lugar de azarão que se supera e bate o favorito. Ou seja, o qualquer do time brazuca precisa é de uma crisezinha para superar. Claro que a crise deve ter uma intensidade tal que não que seja intransponível; tem de ser só aparentemente insuperável para os jogadores e para a torcida. Na própria conquista da Libertadores, o Inter estava em um segundo plano quando enfrentou o Campeão Mundial São Paulo.
Como afinal, o Rio Grande é Brasil. Creio que o Inter tá nesse bom caminho: o técnico Abel Braga fará uma cara de bravo, os jogadores percebem que precisam se "doar" mais e o presidente do clube faz um discurso motivador. A equipe estará em outro nível rapidamente.
Mesmo sendo gremista, o Lupicínio é um marco incontornável que gaúcho é brasileiro. Todas as especificidades históricas, geográficas, geo-políticas e sociais não retiram o povo do Rio Grande do Sul do meio da população do Brasil. Deste modo, vai a minha homenagem atrasada ao Dia Nacional do Samba por meio do Lupe.
Primeiro uma curiosidade. O Dia Nacional do Samba foi sexta passada porque: "O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. Engraçado, não? A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional." (Segundo o sítio da Academia do Samba)
Escolho a música Nervos de aço, Lupicínio Rodrigues. O Paulinho da Viola canta, escutem um pedacinho aqui!
Nervos de Aço
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Nos braços de um outro qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor
Pois, no fundo do meu coração, era o Tricolor quem deveria estar lá do outro lado do mundo. Como tenho sangue nas artérias, vou para praia com quem me faz feliz e nem quero ver este jogo. Estou dividido, minha cabeça prefere que o Inter ganhe e meu coração não.
Abraços ,
3 comentários:
Sidarta, gostei da sua matéria, mas tenho uma visão diferente da sua, não acho o Abel Braga um bom técnico de futebol, ele é horrorozo, conseguiu acabar com o meu Flu ano passado. Além do mais o Inter está todo desmantelado e acredito que nem chegue a final.
Curioso isso, sambista negro racista. Ops, sambista torcer para para um time racista. Muito curioso!
Eu não vou ficar triste, Sorín, se o que falou acontecer.
Tamara, agora eles não são mais, pelo jeito.
Abraços
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