Pelé pode ser considerado por muitos o maior jogador de futebol de todos os tempos. O 10 d0 Santos fez tudo certo quando jogava e faz muito bem a sua auto-propaganda desde então. Mas o reconhecidamente maior driblador de todos os tempos, Garrincha, não foi o segundinho da lista dos melhores jogadores de todos os tempos. O maior Mané de todos os tempos está além dos limites da condição humana que moldam todos nós, incluindo o Edson.
A vida tão cheia de arte, tristezas, amores, misérias, glórias, de Garrincha, fez dele uma divindade. Claro que o carácter divino do maior jogador do Botafogo não tem nenhuma relação com a visão que as religiões monoteístas fazem de Deus. O Ponta Direita está tão impregnado de humanidade que não há espaço para poderes salvadores de toda a humanidade em paraísos não terrenos. Seus milagres são humaníssimos, em uma medida que poucas pessoas atingiram.
Muitos dizem que ele era simplesmente um simplório que deu a sorte de possuir uma habilidade inata bem acima da média. Mas essa abordagem consegue ignorar toda a beleza que ele criou dentro dos campos. Para ser o autor é preciso criar, defender o valor da criação, teorizar é coisa para os não criativos. Se, por exemplo, um homem considerado ignorante é levado pelo coração e ama várias mulheres e tem vários filhos, é considerado um tolo. Mas se o outro homem faz o mesmo é um Rei, classificam-no como um estadista. Garrincha é vítima dos que só conseguem ver o belo no que é igual aos seus.
Não sei concordando ou não, dando uma olhada no meu meus colegas da blogosfesra escreveram sobre o Deus-Homem, encontrei algumas colocações interessantes:
Artur coloca que bastou a Paulo Mendes Campos ver Garrincha jogar para que estivesse capacitado a escrever sobre o futebol. Cita uma frase do poeta: A verdade integral é a bola.
Vicente Adeodato, recomendando uma biografica do craque, fala: Se com os dramas tão contundentes Garrincha jogou com alegria, imagine se ele não tivesse os tido. Não teria sido quem foi, certamente.
Já AUGUSTO JUSTO & QUARLOS EIRÓS defendem que o legado de Garrincha, o futebol arte, morreu no dia 5 de junho de 1982, com o Desastre do Sarriá. Acho que não, as coisas humanas não tem muitas opções, é sempre um ir e vir dentre opções já conhecidas.
Buck Vincent, no texto Da velhice de um futebolista irreverente, parece ser um dos meus. Defende: "Paradigma de futebolista irreverente é Garrincha: jogou todos os jogos como se fosse o último jogo da sua vida, e como tal o melhor jogo da sua vida; e como diria Chico Buarque, bebia como se fosse o último copo da sua vida. Morreu sem glória, esquecido. Antes que o mundo futebolístico tivesse saudades dele. Isso fez dele uma lenda."
Luiz Nunes tem um texto histórico interessante: Mané Garrincha, Alegria do Povo.
Bem, dei a minha opinião, blogue serve pra isso. Notícia é pra se ler em outras paragens.
Abraços,
3 comentários:
Ow cara...valeu pela visita em meu blog...(propriasmentiras)...
gostei do seu...volte sempre...abraço
Olá!
Tem mais de um blogueiro aqui, né?!
Obrigada, gente, pela visita!
Confesso que em materia de futebol eu sou uma negação... nem ouso comentar! hahaha
Beijos
Voltem sempre!
Obrigado pelo reconhecimento!!!
abraços,
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