Quando, lá nos estertores do milênio passado, vi Riquelme jogar, fiquei maravilhado. Poucos jogadores conheci que tivessem tamanho controle da bola. A pelota grudava nos seus pés e ia por onde eles mandavam. Não havia marcador que conseguisse fazer algo.
Mas Riquelme, nesse tempo (oito anos!), envelheceu e entristeceu. O sorriso do tempo em que o Boca domava o Palmeiras foi embora. Sua imagem, hoje, é de um ensimesmamento atroz. Quando o vejo jogar, tenho a sensação de estar diante de um condenado: sua pena é exibir seu talento e ele parece não se divertir mais. Há no rosto de Riquelme uma feição famélica, uma súplica por piedade.
Sinceramente, pensei que 2006 seria o seu ano. Aos 28, teria atingido aquela época esplendorosa por que passaram Maradona, Romário, Zidane.
Mas, tristemente, ele falhou. Tanto no submarino amarelo como na seleção argentina.
Riquelme faz parte dos jogadores tristes. Alinha-se com Ademir e Rivaldo.
Em seu retorno ao Boca, espero que ele se recupere e jogue com alegria. Mesmo sabendo que a tristeza se impregna e dificilmente é desalojada, espero sinceramente que a sua melancolia dos últimos anos tenha sido apenas um "homesick blues" e que o retorno lhe faça sorrir e vibrar.
É difícil, eu sei; mas aguardo.
Um comentário:
combina com o país dele essa tragetória de sua vida
Postar um comentário