segunda-feira, junho 25, 2007

Quando homens se tornam crianças

Atualmente, não tenho mais chorado com freqüência. Lembro-me bem de quando era mais novo, muito provavelmente por ser o menor da turma e família, costumava ser o “saco de pancadas” da garotada. Qualquer soco, tapa ou até uma simples ameaça, era uma grande deixa para o beberrão dar sua voz. Corria para o braço de minha mãe e esperava um castigo mais do que justo ao meu algoz – a perda da mesada e umas boas cintadas, freqüentemente eram tidas como ótimas sentenças.

Porém, quando o menino cresce, esse ato se torna até de certa forma vergonhoso. Salvo raras exceções, como velórios e bebedeiras, chorar vira motivo de piada por bons tempos – tudo bem que, muitas vezes, um “amigo é coisa para se guardar” rende boas histórias no bar. Contudo, a paixão futebolística pode transformar essa emoção em um bom close na tela da Globo.

Assim que tive o hábito de visitar rotineiramente o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, duas foram as vezes que tive que engolir seco o soluço e me conter.

Ano de 2004. O Timão jogava sua permanência na Série A-1 do Paulista contra a A. A. Portuguesa Santista. O elenco era bem fraco, muitos provindos daquele pífio pacotão, tais como Rodrigo Beckham, Régis Pitbull, Adrianinho, Váldson, entre outros tantos. O Coringão conseguiu perder para o também ridículo time da baixada santista e o pior aconteceu: fui obrigado a torcer pelo São Paulo que, se vencesse o Juventus, salvaria o nosso Todo-Poderoso. A angústia de vibrar por um rival, me deixou ao mesmo tempo triste e irritado. Como uma nação pode ter um staff tão sofrível? O choro veio, mas tive que detê-lo antes que ele começasse a aparecer. Grafite, com dois gols, fez com que o público, que lotou o estádio, voltasse para casa um pouco menos irritado.

Dois anos mais tarde, no auge da parceria com a MSI, finalmente o Corinthians tinha um bom elenco. Tudo bem, a defesa não era das mais fortes (Sílvio Luiz, Coelho, Betão, Marinho e Gustavo Nery), mas o ataque talvez tenha sido o melhor da história recente do futebol brasileiro, com Carlitos e Nilmar. Oitavas-de-final da Libertadores. 3 x 2 para o River Plate no primeiro confronto. A revanche seria no mesmo Pacaembu. Uma vitória simples já dava a classificação para nós e, por isso, a massa novamente lotou o palco. Recordo-me do como foi difícil comprar meu ingresso. Após uma longa conversa com um cambista – não tive a menor chance de compra na bilheteria, devido às altas filas e vendas irregulares – adquiri meu convite por altos R$ 45, arquibancada. “Tudo bem”, pensei. “O que vale mesmo é a vitória do Timão”. Cheguei ao estádio quinze minutos antes do jogo começar e vi o quanto a torcida estava confiante. Na entrada a primeira desilusão. Meu ingresso era falso e toda vez que o inseria na catraca, a mesma recusava. Um “Ah, pula aí”, salvou meu dinheiro e empolgação. Posicionei-me junto a Coringão Chopp, a única organizada interessante, e comecei a torcei pelo meu time. 1 x 0 na primeira etapa. Nilmar. Quando o segundo tempo se iniciou, trouxe consigo a minha decepção. Porra, que time era aquele? Cadê a garra corintiana? Virada por 3 x 1. No derradeiro, mais uma vez segurei o choro por tamanha decepção. Era o presságio de mais uma confusão. O final, todos se recordam daquele vergonhoso confronto entre torcida e polícia.

Acho que é por causas como essas que fazem o futebol tão apaixonante e vibrante. Um dia a gente goza. No outro, sofre. Espero que, com este elenco atual, a primeira opção seja a mais válida. Fé eu tenho para isso. Vai Corinthians!

5 comentários:

Anônimo disse...

Pare de chorar Sidarta. Vc foi o feliz ganhador de uma camisa oficial do Grêmio Catanduvense de Futebol em soretio do BdF Brasil. Com a troca de fabricante (era a Dellerba e passou pra Pró X de Marília) os uniformes estarão disponíveis para serem comercializados após o dia 13/07 qdo serão oficialmente apresentados num jantar na cidade feitiço. Portanto, aguarde um pouquinho que em breve vc estará recebendo a camisa, ok? Me envie os seus dados. Ahê, quando receber a camisa, use-a com carinho meu véio! Abraços.

Anônimo disse...

Sofrer faz parte da cartilha do corintiano.

Osc@r Luiz disse...

Sidarta, amigo:

Primeiro - obrigado pela visita. É um prazer recebê-lo pela primeira vez no meu blog.

Segundo - minha casa é sua casa, entre e fique à vontade. Quando sair, leve o que quiser. Será uma honra ver algo que eu postei contribuir com a sua casa.

Terceiro - gostei muito do seu blog e vou tomar a providência de linká-lo aos meus dois blogs pra não perder o caminho.

Quarto - como gremista, recebo dos amigos, bastante coisas sobre futebol. Ou enlatecendo ou tirando sarro do Grêmio ou do Inter. Nos meus arquivos tem alguma coisa. Fique à vontade de trazer pra cá o que bem entender.

Quinto - Um abraço! Apareça sempre!

Anônimo disse...

Laiá, lalaiá...

Anônimo disse...

Jojoey