Hoje à noite tive uma dessas quintas-feiras que todos gostam. Não, não falo de um porre forte, com cerveja gelada e mulheres para todos os gostos. Mas, sim, de uma boa soneca, estudos proveitosos e muito futebol.
Tudo começou depois do tradicional lanche noturno. Dois pães brancos, com requeijão, queijo prato, presunto e mortadela - todos os três em duas consideráveis fatias. Estômago cheio, me deitei no sofá à espera de uma boa soneca. Cinco minutos depois, parecia um bebê dentro do ventre de sua mãe - o frio era intenso e a preguiça de buscar um cobertor no quarto, acabaram me obrigando a deitar todo encolhido. Acordei às 20hs, quando um dos moradores da república chegou me convidando para ver o São Paulo. “Passo”, disse.
Insisti um pouco mais na soneca, mas não consegui voltar ao delicioso sono. Fui para o quarto, com a obrigação de estudar um pouco mais. Leitura daqui, raciocínio dali, uma hora se passou. “Já está bom. Vou para a sala”.
Atravessei o corredor, liguei o som e sintonizei na Transamérica FM. Éder Luiz estava narrando o que parecia ser um jogo morno entre Figueirense e São Paulo. Peguei a Folha e o Estado, surrupiados da vizinha do andar abaixo, e iniciei minha leitura. Confesso que minha atenção estava um tanto quanto dispersa para as duas atividades. As novidades brasileiras e mundiais não eram tão interessantes: derrota da seleção, conflitos no Rio, os pífios artistas do Live Earth, americanos desesperados por mais uma novidade tecnológica etc., tanto que os textos que mais me entreteram foram a sempre bem-humorada coluna do José Simão e uma reportagem falando sobre as touradas na Espanha, mais especificamente na região Basca.
Fim de jogo, singela comemoração pela não-vitória são-paulina. Dei uma “zapeada” na televisão, a fim de encontrar algo interessante. E não é que achei! A Bandeirantes pensou nos tantos que amam o futebol e resolveu transmitir o jogo de nuestros hermanos. Peguei o mesmo já iniciado e com 1 x 1 no placar. Tirando o belo chute de Verón na trave, nada mais aconteceu no primeiro tempo. Em compensação no segundo...
Não vou dizer que a Argentina jogou o seu melhor futebol. Mas é justamente aí que se encontra o segredo. Ela literalmente ensinou os Estados Unidos, que estavam com seu time misto (até aí nada de novo); a como se jogar bola. Messi fez uma tremenda jogada (coisa que Robinho nem sonhou em fazer) e deu um passe mágico (cadê o melhor do futebol alemão?) a Crespo, que só tocou para o fundo das redes e saiu para receber o amor de seus companheiros. No terceiro gol, cruzamento preciso (algo que nossos laterais não sabem fazer) e cabeçada certeira de Pablito Aimar, o homem-surpresa da Argentina (temos algum que execute essa função?). 3 tentos a 1. No final, faltava o dele. Carlitos Tévez, que tem no currículo Libertadores, Brasileiro, Argentino e Olimpíadas e não um mísero Sueco, entrou no lugar de Lionel e sacramentou a vitória dos portenhos por consideráveis 4 x 1.
Pode até soar ridículo por parecer óbvio demais, mas acho que já temos um campeão. Posso queimar a língua, como na Copa passada quando afirmei que o Brasil sairia como vencedor, mas vou, ou pelo menos tentar, torcer pela Argentina, futebol que sempre gostei. Quem sabe assim, nossos craques (? - pois craque para mim joga bem na Copa), façam o imenso favor de voltar a valorizar a nossa amarelinha.
Alguém me apóia?
3 comentários:
Admirar o futebol dos caras tudo bem. Mas torcer pra eles é só com você!
Concordo com o Magro. Talvez, se o Brasil for eliminado logo na primeira fase (nada impossível, mas improvável), eu torça pros hermanos. Mas acredito que até você, numa disputa direta, torce pra amarelinha.
Mas o fato é que deveria haver mais orgulho em vestir a amarelinha.
Eu acompanho. Os hermanos estão bem na fita e só perdem essa competição para eles mesmo, se houver por exemplo o choque de vaidades.
Mas, o que melhor aocnteceu, na minha opinião, do jogo citado, foi a transmissão de Silvio Luiz, como sempre muito hilariante. Falei sobre isso no meu blog.
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