Até Lula é Flu hoje

Não sou torcedor mesquinho. Costumo dizer que existem dois tipos de torcedor no Rio de Janeiro: o flamenguista e o anti-Flamengo. Isso foi reforçado depois do que o "finado" Eurico Miranda disse que tinha mais prazer em ver o Flamengo perder do que o Vasco ganhar.

Torci pelo Fluminense contra o São Paulo e contra o Boca. Não tenho nenhum motivo para querer que um paulista ou argentino derrotem um time carioca. Ouço os flamenguistas por perto dizerem que vão torcer pela LDU. Eu até entendo: os tricolores se enquadram no pelotão anti-Flamengo e, em vez de comemorar sua situação na Libertadores, ficam debochando de nós, rubro-negros, que, afinal, tivemos nossa chance, mas a trocamos por algumas garrafas de Prosecco.

Então hoje, torço pelo Fluminense. É um alento a uma torcida que, embora pequena, já sofreu mais do que merecia vendo seu time chegar à terceira divisão. Vi de perto esse sofrimento com a quase-depressão de meu melhor amigo, um tricolor fanático, que não só não tive coragem de sacanear como ia assistir aos jogos da terceirona na casa dele.

Sejam campeões, então, porque esse negócio de arco-íris não é comigo. E vejam se conseguem regozijar-se com o título, e não pelo fato de, finalmente, ter conseguido algo que o Flamengo conseguiu há mais de vinte anos.