domingo, setembro 14, 2008

O custo de um gênio

Nos depoimentos de Pepe, há um em que ele afirma que Pelé recebia pelos amistosos do Santos pelo mundo mais do que todo o resto do time.
Parece natural que a estrela ganhe mais do que os simples jogadores.
Mas ter um fenômeno, um fora-de-série, tem outros custos.
O gênio funciona, às vezes, como uma grande árvore que rouba sol e água das outras. Sua excelência ofusca grandes talentos. É preciso, então, criar estratégias para a sobrevivência dos outros.
Diz a lenda, e como lenda não dá para provar, que o fim dos pontos corridos na década de setenta foi devido ao predomínio do Santos. Uma medida que, no fim da carreira de Pelé, tentava equilibrar um desequilíbrio que o tempo já estava tratando de consertar.
Algo parecido acontece na Fórmula 1. As inovações no regulamento nos últimos anos tentavam evitar um vantagem que naturalmente acabaria. Schumacher evitara um tricampeonato de Mika Hakkinen para encadear uma íncrivel série de cinco títulos.
Mas a evolução tecnológica, o fim da carreira do alemão e o surgimento de Alonso se aliaram a mudanças no regulamento para trazer "alguma graça" ao campeonato.
Os detratores de Schumacher dizem que ele era beneficiado pela equipe e que não tinha adversários.
As estratégias da Ferrari foram inteligentes e evitaram repetir erros da Williams dos anos 80 que, por brigas de seus pilotos, entregaram o título a Prost.
Quanto aos adversários, estavam lá: de Hakkinen a Alonso. Mas dependiam muito do azar ou dos erros escassos do alemão.
A saída faz a atenção se voltar para uma nova safra. Pilotos taltentosos como sempre houve. Três ou quatro que são arrojados, inteligentes, rápidos.
Por enquanto, nenhum gênio. O que talvez seja bom.


Escrevo esta semana sobre Ensaio sobre a Cegueira, leia lá.

3 comentários:

Anônimo disse...

Rafael disse:
Perfeiro texto, e dentro disso digo que hoje no GP de Monza, houve uma chama dos grandes embates da F1. Corrida e campeonatos aberto, show de Hamilton, chuva, troca de pneus, ultrapassagens forçadas, zebras e claro...revelação a vista.
Sem gênios...

Arthur Virgílio disse...

Bom para o campeonato, que pelo fato de não ter nenhum gênio vê equilíbrio. Tanto que a diferença do líder Hamilton para o segundo colocado, o brazuca,Massa, é de apenas um ponto e a disputa deve se estender até a última prova. Bom para os patrocinadores da F-1 que terão investimentos e audiência nas últimas corridas.

Sidarta Martins disse...

o pelé é um deus q o schumacher não é