sexta-feira, maio 20, 2011

Amanhã como em 62?

É claro que pode dar Cerro e Vélez, mas a simples possibilidade de uma final entre Peñarol e Santos é de deixar atento qualquer saudosista. Principalmente os saudosistas do que não viveram. O embate, que foi a final do primeiro título brasileiro na Libertadores, reúne duas das escolas mais prestigiosas do futebol sul-americano: a garra uruguaia e a classe santista.
Garra e classe que ressurgem neste princípio de século, representadas no quarto lugar da última Copa, no bom papel do Nacional no torneio de 2009, na ascensão dos novos craques da Vila.
Em 2003, o Santos frequentou a final depois de uma ausência de quatro décadas. Perdeu para o Boca e, principalmente, para Carlos Bianchi. A juventude e a imaturidade daquela geração ficou estampada no gesto destemperado de Paulo Almeida de expulsar o árbitro.
Novos meninos pintam na Vila. Porém, desta vez, melhores. Neymar já é um jogador mais completo do que Robinho foi em toda a sua carreira. E se Robinho não se transformou no jogador arrojado que demonstrou ser, quando, aos dezoito anos, tomou a bola para cobrar a penalidade contra o Corinthians, Neymar vai a cada jogo demonstrando a segurança e o equilíbrio necessários a um jogador que é caçado em campo, caminhando para ser o craque que alguns pensam que ele já é.
Some-se a isso a presença de Elano, que junto com Renato, é o jogador daquele time de 2003 que montou a carreira mais regular, pois quanto a Leo, ainda que continue sendo um bom jogador, não se sabe quando é possível confiar em seu fôlego e em seu temperamento.
Pena que Ganso, herdeiro da classe de bons meias dos 80 (Pita, Silas, Sócrates), não seja certeza no embate.
Quanto ao Peñarol, vai aos poucos trilhando o caminho que não frequentava desde 1987 e deixa uma interrogação quanto a suas possibilidades.
Por tudo isso, o reencontro desses velhos conhecidos promete um jogo que, se não acontecer, fará falta.

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