sábado, junho 09, 2012

Ídolos


(Publicado originalmente em E agora, Maria?)

Um amigo, em seus desaphorismos (http://desaphorismos.tumblr.com/), disse que ‘ídolos são imagens’. E não posso deixar de concordar. Passada a tempestade do caso Ronaldinho Gaúcho e seu casamento acertado com o Galo, me vem à memória outro caso recente desses, que foi tratado com o mesmo sensacionalismo pela TV e imprensa, de maneira geral.
Num domingo de março, o Esporte Especular exibiu uma matéria sobre o ‘final triste’ do Adriano Imperador, num tom à lá Régis Rösing. O repórter estava na comunidade que Adriano cresceu e perguntava aos meninos que jogavam bola quem eram seus ídolos. Messi e Cristiano Ronaldo foram unanimidade. Um ou outro garoto arriscava um ‘Neymar’.
Provavelmente muitos desses meninos não viram a final da Copa América de 2004 e nem cresceram na época em que jogos do Internazionale tinham mais importância que os campeonatos nacionais. Mas o fato é muito sintomático sobre a tendência atual de importação de ídolos.  Não estou querendo, com isso, discutir quem é craque ou não é. Pelo contrário. O ponto aqui é que torcedor tem memória mais fraca do que eleitor no Brasil. E, nisso, as trajetórias de Adriano e Ronaldinho Gaúcho voltam a se mimetizar.
A imagem de ídolo de Ronaldinho está arranhada tal qual foi a de Adriano. Ele chegou com festa ao Flamengo, protagonizou um dos melhores jogos do ano passado (Santos x Flamengo) e outros nem tão bons assim. Descumpriu regras, mas em contrapartida, também não recebia salários. Erros recorrentes dos dois lados.

Agora, no Atlético Mineiro, depois de hostilizado pela maioria das torcidas do país, espera-se uma ressurreição. Mas a questão que fica é: além da imagem dos ídolos, é preciso zelar também pela imagem dos celeiros dos ídolos. O que esperar de times e sistemas de gestão como o do Flamengo?

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