segunda-feira, novembro 19, 2012

A queda de um Gigante.

“Palmeiras é rebaixado e escancara a falta de organização, planejamento e deficiências técnicas no elenco”.
                                                                 Fonte: Canal R7 Esportes

Podemos eleger inúmeros fatores que colaboraram com o destino cruel de um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro. A nítida falta de relação entre o ex-técnico Felipão e seus comandados, a atrapalhada e amadora diretoria alviverde e a insistente pressão da torcida em cima de jogadores cobrando maior dedicação.

Felipão sempre foi unanimidade junto a diretoria do Palmeiras, utilizando de métodos antiquados, que deram certo em outras épocas, criou inimizades com o elenco palmeirense o que ocasionou certo “corpo mole” não de alguns, mas de vários jogadores do atual elenco. Com respaldo da diretoria, continuou no cargo e começou a despertar desconfianças e já não tinha mais todo o apoio entre torcedores, diretoria e elenco.

Com a conquista da Copa do Brasil 2012 e com vaga garantida na Libertadores de 2013, todos os tropeços anteriores (desempenho ínfimo no Brasileiro de 2011, eliminação pelo Guarani no Paulista de 2012, dentre outros) foram zerados e a recuperação no Brasileirão 2012 era apenas questão de tempo já que o elenco estava comprometido e cheio de entusiasmo para galgar algo mais neste campeonato, doce ilusão!

As rodadas foram passando e a deficiência técnica dos comandados de Felipão veio à tona. Tudo bem que o time sofreu com muitos desfalques, que foi prejudicado com alguns erros de arbitragem, mas a questionável qualidade técnica da equipe era muito grande.

Com muitas derrotas, declarações de Felipão dizendo que não sabia mais como alterar a sua equipe e enormes problemas de vestiário, algo tinha que ser feito para se tentar evitar o mal maior. Arnaldo Tirone convocou uma reunião com o até então técnico do Palmeiras e decretou o final da era Scolari no Palmeiras de comum acordo, segundo relatos.

Literalmente com o barco à deriva. Eis que surge uma aposta em um treinador da nova geração, Gilson Kleina. Este realizava um excelente trabalho na Ponte Preta e despertada interesse de várias equipes do futebol brasileiro e, com um convite desesperado do time alviverde, Kleina aceita o desafio de comandar o limitado elenco palestrino.

O desempenho de Kleina aumentou a pontuação da equipe em comparação com o seu ex-técnico, mas a herança herdada da comissão anterior não ajuda o novo comandante da embarcação e o naufrágio era questão de tempo.

A cobrança da torcida sempre foi enorme e, quem assume o compromisso em atuar pelo Palmeiras, sabe disso. As insistentes cobranças, as invasões de concentrações, os olheiros em cima de jogadores, o tumulto em centros de treinamentos, a instabilidade na sede social, o comportamento inadequado nos estádios, também foram fatores contribuintes para a queda do Palmeiras.

O planejamento de Arnaldo Tirone, Frizzo, Piraci e demais integrantes da diretoria foi equivocado desde o começo. Os inúmeros descontroles, a falta de pulso firme, a atuação amadora nos bastidores, a visível omissão, contribuem para que o Palmeiras seja muito frágil, com pouco poder de fogo perante as instituições, caso contrário das equipes do Corinthians, Fluminense e Flamengo, por exemplo.

Mexer com o sentimento do torcedor, realizar campanhas de marketing direcionadas, lançar produtos no mercado, explorar a nova arena (com inauguração prevista para o segundo semestre de 2013), contratar jogadores corretos, valorizar jogadores da base, entender a comissão técnica e seus desejos, investir os recursos de maneira coerente, profissionalizar a administração, ter uma atuação mais forte nos bastidores, são substantivos básicos para um bom planejamento e administração.

A temporada de 2013 será de consideráveis perdas financeiras (ou não) com renegociação de contratos de patrocínios, visibilidade de jogadores e até mesmo uma pequena desvalorização da marca, ao meu ver.

A comoção dos torcedores e ex-jogadores do Palmeiras nas redes sociais foi intensa na noite de domingo após a confirmação do rebaixamento. Ídolos como o ex-goleiro Marcos, o ex- atacante Edmundo expressaram sua solidariedade à instituição, seguidos por muitas declarações de torcedores que, a cada ano que passa, estão mais e mais carentes de títulos e comemorações.

Torcemos para que este gigante volte a ser grande, caia e consiga se levantar, resolva suas pendências internas (as quais sabemos que são inúmeras e de tamanhos exorbitantes), mas também tememos que não haja nenhum aprendizado com essa situação já que, há 10 anos, a primeira queda aconteceu e pelo que vimos desde lá, pouco se aprendeu.

Abraços,
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti


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