Fonte: Canal R7 Esportes
Podemos eleger inúmeros fatores
que colaboraram com o destino cruel de um dos times mais tradicionais do
futebol brasileiro. A nítida falta de relação entre o ex-técnico Felipão e seus
comandados, a atrapalhada e amadora diretoria alviverde e a insistente pressão
da torcida em cima de jogadores cobrando maior dedicação.
Felipão sempre foi unanimidade
junto a diretoria do Palmeiras, utilizando de métodos antiquados, que deram
certo em outras épocas, criou inimizades com o elenco palmeirense o que
ocasionou certo “corpo mole” não de alguns, mas de vários jogadores do atual
elenco. Com respaldo da diretoria, continuou no cargo e começou a despertar
desconfianças e já não tinha mais todo o apoio entre torcedores, diretoria e
elenco.
Com a conquista da Copa do Brasil
2012 e com vaga garantida na Libertadores de 2013, todos os tropeços anteriores
(desempenho ínfimo no Brasileiro de 2011, eliminação pelo Guarani no Paulista
de 2012, dentre outros) foram zerados e a recuperação no Brasileirão 2012 era
apenas questão de tempo já que o elenco estava comprometido e cheio de entusiasmo
para galgar algo mais neste campeonato, doce ilusão!
As rodadas foram passando e a
deficiência técnica dos comandados de Felipão veio à tona. Tudo bem que o time
sofreu com muitos desfalques, que foi prejudicado com alguns erros de
arbitragem, mas a questionável qualidade técnica da equipe era muito grande.
Com muitas derrotas, declarações
de Felipão dizendo que não sabia mais como alterar a sua equipe e enormes problemas
de vestiário, algo tinha que ser feito para se tentar evitar o mal maior.
Arnaldo Tirone convocou uma reunião com o até então técnico do Palmeiras e
decretou o final da era Scolari no Palmeiras de comum acordo, segundo relatos.
Literalmente com o barco à deriva. Eis que surge uma aposta em um treinador da nova geração, Gilson Kleina. Este realizava
um excelente trabalho na Ponte Preta e despertada interesse de várias equipes
do futebol brasileiro e, com um convite desesperado do time alviverde, Kleina
aceita o desafio de comandar o limitado elenco palestrino.
O desempenho de Kleina aumentou a
pontuação da equipe em comparação com o seu ex-técnico, mas a herança herdada
da comissão anterior não ajuda o novo comandante da embarcação e o naufrágio
era questão de tempo.
A cobrança da torcida sempre foi
enorme e, quem assume o compromisso em atuar pelo Palmeiras, sabe disso. As
insistentes cobranças, as invasões de concentrações, os olheiros em cima de
jogadores, o tumulto em centros de treinamentos, a instabilidade na sede
social, o comportamento inadequado nos estádios, também foram fatores contribuintes
para a queda do Palmeiras.
O planejamento de Arnaldo Tirone,
Frizzo, Piraci e demais integrantes da diretoria foi equivocado desde o começo.
Os inúmeros descontroles, a falta de pulso firme, a atuação amadora nos
bastidores, a visível omissão, contribuem para que o Palmeiras seja muito frágil, com pouco poder
de fogo perante as instituições, caso contrário das equipes do Corinthians,
Fluminense e Flamengo, por exemplo.
Mexer com o sentimento do
torcedor, realizar campanhas de marketing direcionadas, lançar produtos no
mercado, explorar a nova arena (com inauguração prevista para o segundo
semestre de 2013), contratar jogadores corretos, valorizar jogadores da base,
entender a comissão técnica e seus desejos, investir os recursos de maneira
coerente, profissionalizar a administração, ter uma atuação mais forte nos
bastidores, são substantivos básicos para um bom planejamento e administração.
A temporada de 2013 será de
consideráveis perdas financeiras (ou não) com renegociação de contratos de patrocínios,
visibilidade de jogadores e até mesmo uma pequena desvalorização da marca, ao
meu ver.
A comoção dos torcedores e
ex-jogadores do Palmeiras nas redes sociais foi intensa na noite de domingo
após a confirmação do rebaixamento. Ídolos como o ex-goleiro Marcos, o ex-
atacante Edmundo expressaram sua solidariedade à instituição, seguidos por
muitas declarações de torcedores que, a cada ano que passa, estão mais e mais
carentes de títulos e comemorações.
Torcemos para que este gigante
volte a ser grande, caia e consiga se levantar, resolva suas pendências
internas (as quais sabemos que são inúmeras e de tamanhos exorbitantes), mas
também tememos que não haja nenhum aprendizado com essa situação já que, há 10
anos, a primeira queda aconteceu e pelo que vimos desde lá, pouco se aprendeu.
Abraços,
Eduardo Vidoti Perlatti
Twitter: @eduvidoti
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